O presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou hoje que se expressou mal quando admitiu que houve “planejamento de golpe” no Brasil, em referência à trama golpista. Agora, ele diz que o que houve foi um “movimento”.
O que aconteceu
Valdemar afirmou à Jovem Pan que “movimento” para o golpe partiu de “muita gente” que queria o impeachment do presidente Lula (PT). “Recebemos documentos de muita gente pedindo para fazer impeachment [do Lula] e para não deixar o Lula assumir. Só loucura. Muitas vezes, no aeroporto, recebi. Muitas vezes, mandavam por correio. Nunca demos atenção para isso.”
O dirigente justificou a fala em que admitiu “planejamento de golpe” dizendo que estava muito à vontade no evento do qual participava. A declaração foi no sábado, durante participação no Rocas Festival, em Itu (SP). “Estava tão à vontade lá, em um ambiente em que 99,9% do pessoal era de direita, que quando fui falar quis dizer [que houve] movimento. ‘Teve movimento para o golpe'”, disse
“Houve um planejamento, mas nunca se concretizou. No Brasil, a lei diz: se você planejar um assassinato e não fizer nada, não há crime”, disse Valdemar no sábado. “O mesmo vale para o golpe. O problema maior foram os acontecimentos do 8 de Janeiro, e o Supremo insiste em chamar aquilo de golpe. É um absurdo: pessoas com pedaço de pau, um bando de desordeiros quebrando coisas, e dizem que isso foi golpe”, declarou.
Coloquei mal, falei ‘planejamento’ em vez de ‘movimento’. Movimento houve, porque muita gente não queria a posse de Lula.Valdemar Costa Neto, presidente do PL
Na verdade, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi condenado por tentativa de golpe, e não por execução de golpe. A tentativa é crime previsto na lei brasileira, e foi o que o ex-presidente e aliados fizeram, de acordo com o STF (Supremo Tribunal Federal), que os condenou na semana passada por esse e outros quatro crimes.
A fala de Valdemar no final de semana irritou aliados do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). De acordo com a colunista do UOL Raquel Landim, a declaração foi vista como uma admissão inédita e acirrou a tensão no partido, já que Eduardo disputa espaço com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), preferido de Valdemar para receber a bênção de Bolsonaro e disputar a presidência em 2026
Fonte: uol





































